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Sopa de letrinhas. Que é SSD?

Marcos Chiquetto 4 maio 2023

− Vou trocar meu HD por um SSD!

Qualquer um que esteja atualizado com notebooks entende essa frase. Mas, de onde vêm essas palavras? Que siglas são essas?

Bem, vamos começar pela sigla HD.

Nas décadas de 1950–60, surgiram os computadores comerciais. Esses aparelhos eram máquinas gigantescas, cujos meios de armazenamento de dados e programas eram unidades de fita magnética.

Unidades de fita magnética de um computador IBM utilizado na década de 1960.

Por volta de 1980, surgiram os microcomputadores. Os primeiros modelos de microcomputador também utilizavam fitas como meio de armazenamento, mas logo desenvolveu-se uma tecnologia mais eficiente para isso: o disco magnético flexível, cujo nome em inglês era “floppy disk”. A unidade de leitura e escrita dos discos flexíveis era chamada “floppy disk drive”, cuja sigla era “FDD”.

Discos flexíveis (floppy disks) utilizados a partir de 1980 em microcomputadores. A figura mostra também uma unidade de leitura e escrita de discos flexíveis, o “floppy disk drive”.

Os programas e dados ficavam armazenados nos discos flexíveis, que eram inseridos nos computadores durante a operação. No entanto, na medida em que os sistemas foram evoluindo, os discos flexíveis se tornaram insuficientes para armazenar os arquivos necessários. Daí, foram criados discos com mais capacidade, que ficavam permanentemente dentro dos computadores. Esse novo meio de armazenamento foi chamado de “unidade de disco rígido”, ou “hard disk drive”, cuja sigla era HDD, que acabou sendo abreviada para HD.

Até hoje, os HDs são utilizados em nossos computadores.

Unidade de disco rígido (Hard Disk Drive, ou HD) aberta. Na foto se vê que a unidade contém uma pilha de discos magnéticos e uma cabeça de leitura/gravação.

Paralelamente ao desenvolvimento da tecnologia de armazenamento, desenvolveu-se a tecnologia de construção dos circuitos eletrônicos propriamente ditos. Desde o final do século XIX, circuitos eletrônicos eram construídos com dispositivos denominados “válvulas a vácuo”, com as quais se construíram os primeiros computadores na década de 1940. A partir de 1950, desenvolveu-se uma nova tecnologia, que construía dispositivos sobre elementos semicondutores, como silício. Esses dispositivos foram denominados “transistores”.

Desde o final do século XIX, os circuitos eletrônicos eram construídos por meio de válvulas à vácuo (esquerda). A partir da década de 1950, elas foram substituídas pelos transistores (centro). A caneta dá uma ideia do tamanho real desses dispositivos.

Nos transístores, os sinais elétricos transitavam dentro do silício sólido, e vez de transitarem pelo vácuo em um tudo de vidro, como nas válvulas. Por isso, essa tecnologia foi batizada com o nome “estado sólido”. Os primeiros aparelhos a se popularizarem com essa tecnologia, na década de 1960, foram os rádios transistorizados, que traziam a inscrição “SOLID STATE”.

Rádio portátil da década de 1960. A inscrição “SOLID STATE” indica que esse aparelho utiliza dispositivos eletrônicos de semicondutor (transistores).

A partir de 1970, a indústria de dispositivos eletrônicos passou a construir circuitos completos microscópicos em pequenas superfícies de semicondutor (chips), contendo milhares de transístores já interligados entre si. Esse tipo de dispositivo foi denominado “circuito integrado”, sendo também conhecido simplesmente como “chip”.

O chip é uma superfície minúscula de semicondutor contendo milhares de transistores interligados entre si. Os chips foram encapsulados em dispositivos denominados “circuitos integrados”.

Os circuitos integrados proporcionaram um grande avanço nos computadores, onde eles desempenhavam as funções de processamento e de memória de trabalho. No entanto, os chips não tinham miniaturização suficiente para armazenarem grandes volumes de dados. Por isso, as unidades de armazenamento de grande volume continuaram sendo dispositivos magnéticos (fitas ou discos).

Recentemente, os chips de circuitos integrados atingiram um grau de miniaturização tão grande que permitiu a construção de unidades de armazenamento equivalentes aos discos magnéticos, porém com velocidade de acesso muitíssimo mais alta e sem componentes mecânicos. Com isso, a tecnologia de estado sólido, que vem evoluindo desde a década de 1960, passou a incluir também a função de armazenamento de dados em grande volume. Para deixar claro que esse dispositivo vem substituir o Hard Disk Drive (HD), criou-se a denominação “Solid State Drive”, ou SSD.

SSD: Unidade de armazenamento de massa com tecnologia de semicondutores

Esta figura resume todos os passos evolutivos descritos acima:

É isso aí.

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